O MUNDO JÁ CONHECE O EVANGELHO?

O MUNDO JÁ CONHECE O EVANGELHO?
Prof. Raymundo Cortizo Perez, (Th.D.)
“E este evangelho do Reino será pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações, e então virá o fim.” (Mateus 24.14)
Mateus 24 (mesmo conteúdo de Marcos 13, Lucas 21) apresenta um texto que conhecemos como Sermão Profético. Jesus estava assentado no monte das Oliveiras, quando seus discípulos lhe perguntaram sobre o fim dos tempos.
E esse foi o último discurso do Mestre, pois ele estava vivendo a sua última semana aqui na terra. E a resposta Dele aos discípulos foi bem ampla, descrevendo os sinais que precederiam esse fim.
Veja aqui alguns:
Muitos vão enganar as pessoas, dizendo ser Jesus Cristo;
Haverá falsos profetas e falsos mestres;
Grandes sinais e maravilhas serão feitos para enganar as pessoas;
Ouviremos falar de guerras, rumores de guerras e rebeliões;
Nação vai lutar contra outra nação e reino contra reino;
Haverá fomes, terremotos e pestes em vários lugares;
Intensa perseguição aos cristãos;
Ódio e traição até mesmo entre familiares;
Aumento da maldade e frieza espiritual (apostasia);
Acontecimentos terríveis e grandes sinais vindos do céu;
O sacrilégio terrível (como descreveu o profeta Daniel);
E a grande tribulação.
Primeiro vamos entender que o “tempo do fim” vai ocupar um período da história e isso pode levar alguns anos para acontecer. Nesse estudo, vamos analisar apenas um dos sinais que vai anunciar esse tempo, que é a pregação do Evangelho em todo o mundo.
Mundo (do grego oikoumene) – significa “área habitada da terra”.
Nesse estudo, não vamos numerar quantos países, povos ou etnias foram ou não alcançados pelo Evangelho, mas vamos analisar pelo número de idiomas em uso, que são 7.351 (de acordo com informações atuais da Sociedade Bíblica Brasileira).
O professor Luiz Sayão observa que, em nosso século, pela primeira vez, o Evangelho “pode” alcançar toda essa terra habitada, mas ainda não alcançou. Sabemos que há um grande esforço missionário da igreja de Cristo para que isso aconteça, mas nem todas as etnias já foram evangelizadas, e é por isso o fim ainda não veio.
Mundo evangelizado no século I
A Bíblia tem alguns textos que afirmam que essa evangelização já aconteceu no passado. No primeiro século, o apóstolo Paulo disse que o Evangelho havia sido pregado em todo o mundo.
“Antes de tudo, sou grato a meu Deus, mediante Jesus Cristo, por todos vocês, porque em todo o mundo está sendo anunciada a fé que vocês têm.” (Romanos 1.😎
“A fé vem por ouvir a mensagem, e a mensagem é ouvida mediante a palavra de Cristo. Mas eu pergunto: Eles não a ouviram? Claro que sim: A sua voz ressoou por toda a terra, e as suas palavras, até os confins do mundo.” (Romanos 10.17-18)
Veja também o que Paulo disse em sua carta aos colossenses:
“Por todo o mundo este evangelho vai frutificando e crescendo, como também ocorre entre vocês, desde o dia em que o ouviram e entenderam a graça de Deus em toda a sua verdade.” (Colossenses 1.6)
Algumas especulações demográficas
Sabemos que após o dilúvio, havia apenas 8 pessoas em todo o Planeta Terra.
Estima-se que nos primeiros 1.400 anos, a população era de 50 milhões.
No ano 1.000 a.C. (tempos de Davi), havia 150 milhões.
E, no século 1 (tempos de Cristo), havia 300 milhões.
Quantas pessoas já viveram nessa terra?
Nunca saberemos ao certo. Mas é verdade que muita gente gostaria de saber quantos seres humanos Deus já criou até o dia de hoje. Mas não há registros demográficos disponíveis para isso. O que temos são apenas especulações e não dados científicos.
De qualquer forma, segue o número: 108 bilhões de pessoas. Essa informação vem de uma instituição que realiza pesquisas e análises financiadas por fundações privadas e agências governamentais.
Isso quer dizer que, nesse momento, o número de pessoas vivas pode equivaler a apenas 7% de toda a população que já viveu nesse mundo. Mas isso é só uma especulação. Vamos voltar ao nosso tema.
Sobre a profecia
Já vimos através desse estudo que há profecias que são temporais e futuras ao mesmo tempo. Além disso, já abordamos sobre a forma como uma profecia se cumpre – muitas vezes ela vem acontecendo ao longo do tempo até o seu cumprimento total, ou seja, até alcançar o seu ápice, o seu ponto máximo ou a sua plenitude.
Lembre-se das guerras, das mortes por pragas e pestes, fomes e terremotos, tudo isso vem acontecendo, mas ainda não no nível do “tempo do fim”.
Agora vamos tratar especificamente sobre a pregação do Evangelho em todo o mundo. Se por um lado, essa profecia teve o seu cumprimento já no século I, de lá pra cá, ela nunca mais aconteceu de forma plena.
E o principal motivo é a perseguição aos cristãos que vem se tornando cada vez mais intensa, principalmente no mundo oriental.
Avanço da pregação do Evangelho
Mesmo assim, o Evangelho está sendo pregado em todo o mundo, faltando pouco para que a profecia se cumpra. Vamos acompanhar alguns números:
No mundo atual temos 7,7 bilhões de pessoas
O número total de idiomas é de 7.351
* Essas são informações de 2020
Os dados que veremos agora são de 2019:
5,6 bilhões de pessoas têm acesso à Bíblia completa (694 idiomas)
805 milhões têm acesso ao Novo Testamento (1.557 idiomas)
411 milhões têm acesso a algumas partes da Bíblia (1.129 idiomas)
Inclui-se aqui o trabalho de evangelização realizado para comunidades surdas e deficientes visuais.
Agora vamos ao resultado
De acordo com essas informações, atualmente, temos um total de 6,8 bilhões de pessoas no mundo que já tiveram acesso à Bíblia (em 3.380 idiomas). Isso equivale a 89% da população mundial. Quer dizer que 11% (menos de 1 bilhão) ainda não têm nenhum acesso à Bíblia. E o desafio é grande, porque esses 11% representam 3.971 idiomas.
Lembrando que não é necessário que a Bíblia seja traduzida para todos eles, isso porque muitos povos falam mais do que um idioma. Significa que essas pessoas podem ter acesso ao Evangelho em outra língua.
Tabela com números da Bíblia (União das Sociedades Bíblicas)
Como o evangelho é pregado?
A evangelização não é feita somente de forma presencial, através de missionários, mas através de rádios, TV’s, internet e os mais diversos recursos tecnológicos. Através de redes sociais, podcasts, bíblia online, micro cartões de memória, celular ou até uma página da Bíblia, que passa de bolso em bolso, clandestinamente, em locais onde o cristianismo é considerado um crime.
Resumindo
Com o avanço tecnológico, o Evangelho pode alcançar a terra toda a qualquer momento. Os quase 4 mil povos que ainda não possuem uma Bíblia podem estar concentrados em poucos países. Veja os sete países que possuem o maior número de idiomas e dialetos.
Variedade Linguística
Papua Nova Guiné – 820
Indonésia – 707
Nigéria – 526
Índia – 454
Estados Unidos – 422
China – 300
México – 289
Só nessas sete nações, há mais de 3.500 idiomas.
Os 10 idiomas mais falados do mundo
Mandarim, idioma oficial da China – 1,2 bilhões de falantes
Espanhol – 400 milhões
Inglês – 360 milhões (500 milhões usam o inglês como segunda língua)
Hindi, norte da Índia
Português – 280 milhões
Árabe – 250 milhões
Bengali – 170 milhões
Russo – 170 milhões
Japonês – 130 milhões
Punjabi (Índia e Paquistão) – 100 milhões
Situação no Brasil
No Brasil, por exemplo, estima-se que haja cerca de 180 idiomas diferentes entre os povos indígenas. Não há como saber exatamente quantos desses povos ainda não possuem as Escrituras, porque para cada grupo específico existe um trabalho em andamento.
De acordo com as últimas notícias, faltam mais ou menos 70.
É um trabalho árduo de uma grande equipe. Oitenta tradutores de sete países diferentes, várias organizações missionárias envolvidas, e ainda assim, o tempo investido é imenso.
Pra se ter uma ideia, o tempo investido para traduzir só o Novo Testamento pode levar 10 a 50 anos, dependendo da complexidade da língua.
No mundo
No mundo todo, fica ainda mais complicado estabelecer números confiáveis. O que sabemos é que “este evangelho do Reino está sendo pregado em todo o mundo como testemunho a todas as nações”, e então, no tempo certo, virá o fim.
Ore por aqueles que se empenham nessa missão de traduzir a Bíblia para vários idiomas, e entregam suas vidas por esse propósito. Busque informações sobre esses projetos, envolva-se mais amplamente com a obra de Deus e, se possível, ajude financeiramente se você tiver condições.
O que não podemos é viver como se estivéssemos desconectados do corpo de Cristo. Essa missão não é exclusiva de algumas pessoas. Essa missão é nossa!
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Raymundo 

 

NEFILINS CITADOS NO ANTIGO TESTAMENTO

NEFILINS CITADOS NO ANTGO TESTAMENTO (GÊNISIS)
Prof. Raymundo Cortizo Perez, (Th.D.)

ABíblia diz que os nefilins eram heróis famosos da antiguidade, antes do Dilúvio. Seus pais eram os “filhos de Deus” e as “filhas dos homens” (Gênesis 6:4). Os nefilins morreram no dilúvio.

Quem eram os “filhos de Deus”?
A Bíblia não diz quem eram os filhos de Deus. As duas teorias mais populares são:

Os anjos – em algumas partes da Bíblia os anjos são chamados filhos de Deus
As pessoas que seguem a Deus – quem ama e se dedica a Deus é adotado como Seu filho
A Bíblia diz que os anjos são seres espirituais que não se casam nem têm relações sexuais (Marcos 12:25; Hebreus 1:14). Os demônios também são espíritos, não têm corpo físico. Por isso, não podiam ter relações com mulheres humanas. Além disso, a Bíblia provavelmente não chamaria esses anjos ou demônios de “filhos de Deus” se tivessem feito algo tão repugnante. A Bíblia chama os nefilins de homens, não seres híbridos.

É mais provável que os “filhos de Deus” foram homens tementes a Deus que se casaram com mulheres que não temiam a Deus, que provavelmente os desviaram de seus bons caminhos. Seus filhos se tornaram poderosos e famosos, talvez por causa da mistura de bons valores (determinação, lealdade, trabalho árduo...) com maus valores (crueldade, violência...). Mas isso é só especulação, a Bíblia apenas diz que eram heróis, sem explicar porquê.

O que significa e quem eram os nefilins?
A palavra nefilim vem da derivação de “naphal” e a tradução que mais se aproxima é “ele caiu”. Na Bíblia, aparece apenas duas vezes: em Gênesis 6:4 e em Números 13:33. A Septuaginta (é uma das primeiras traduções do Antigo Testamento) a tradução está em uma palavra grega em que o significado é “nascido da terra”. No decorrer do tempo, as traduções que sucederam mudaram para “gigantes”.

O que é a Septuaginta?

Na época da Reforma Protestante, Martinho Lutero fez a tradução desse termo algo como “tiranos”. Por isso, quando se diz que nefilim é gigante, pode mesmo ser um erro, pois pelo que podemos entender, o significado mais perto, mais correto é algo como “homens caídos”, tipo homens corrompidos.

Portanto, a interpretação mais aceite diante disso seria que, os nefilins eram um povo da antiguidade com uma alta estatura e não seres espirituais vivendo entre os humanos.

Existiram outros povos no Antigo Testamento, que foram citados com características parecidas com os nefilins, tais como: anaquins e os refains (Deuteronômio 2:21). Podemos perceber, pelo versículo, que os anaquins também foram um povo alto, ditos como gigantes.

Podemos, assumir então que, provavelmente, os nefilins não eram “anjos caídos” que viveram na terra e tiveram relações sexuais com as mulheres. Isso parece ser muito duvidoso principalmente na questão bíblica no que diz respeito sobre seres espirituais e relação com seres humanos.
Eram, portanto, um povo antigo, com uma alta estatura e foram conhecidos por sua maldade, assim eram homens caídos por sua conduta, modo de viver.

E quem eram os anaquins?
Pelo relato de Números 13:22-33, os anaquins habitavam perto de Hebrom e eram filhos de Enaque e também de alta estatura e que até os espias haviam feito o comentário de que esse povo era muito forte e alto.

Foi nesse contexto que os doze espias olharam pela primeira vez os anaquins e, dez dos espias falaram com muito medo, pois justamente eram de alta estatura e, eles eram como “gafanhotos” (Números 13:28-33; Deuteronômio 1:28).

Pelo fato da alta estatura deles e pela força, veio a comparação aos homens gigantes dentre os emins e refains (Deuteronômio 2:10; Deuteronômio 11:20-21; Deuteronômio 9:1-3).
Não temos registros bíblicos concretos da aparência ou associação anaquins.
Deixe a sua opinião nos comentários, não se preocupe com ela, nunca li duas opiniões iguais

ENOQUE FOI CITADO EM TODA A BÍBLIA NO AT E NO NT, ENTÃO PORQUE SEU LIVRO É APÓGRIFO?

ENOQUE FOI CITADO EM TODA A BÍBLIA NO AT E NO NT, ENTÃO PORQUE SEU LIVRO É APÓCRIFO?

Prof. Raymundo Cortizo Perez

Enoque é um dos personagens mais conhecidos do Antigo Testamento, apesar das poucas referências acerca dele. Antes de falarmos sobre quem foi Enoque, também é preciso saber que em Gênesis existem dois Enoques, e não podemos confundi-los. O outro Enoque citado em Gênesis é o filho mais velho de Caim (Gn 4:17), que deu nome à cidade edificada por seu pai.

Quem foi Enoque?
Enoque foi filho de Jarede e pai de Metusalém (Gn 5:18,21), pertencente à descendência de Sete, através da qual o conhecimento de Deus foi preservado. Enoque tinha um relacionamento profundo com Deus, pois a expressão “andou com Deus” é aplicada somente à Enoque e Noé (Gn 5:24; 6:9).

Enoque viveu 365 anos, antes de ser trasladado corporalmente ao céu, para estar na presença de Deus. Assim, Enoque, juntamente com o profeta Elias, foram os dois homens do Antigo Testamento que não experimentaram a morte (Gn 5:24; 2Rs 2:1-11). Isso prova que a imortalidade ou a vida após a morte, foi ensinada no primeiro período do Gênesis.

No judaísmo posterior, pelo fato de Enoque ter sido trasladado para o céu, criou-se uma tradição apocalíptica, onde Enoque estaria relatando segredos dos céus e do futuro.

Enoque no Novo Testamento
No Novo Testamento, Enoque é citado na genealogia presente em Lucas 3:37 e também é citado na Epístola aos Hebreus:

Pela fé Enoque foi trasladado para não ver a morte, e não foi achado, porque Deus o trasladara; visto como antes da sua trasladação alcançou testemunho de que agradara a Deus.
(Hebreus 11:5)

No capítulo conhecido como “Galeria dos Heróis da Fé“, o escritor aos Hebreus atribuiu o arrebatamento de Enoque à sua fé notável, cuja qual o conduziu a um “testemunho de que agradara a Deus”.

Há também uma citação na Epístola de Judas (Jd 1:14), a qual os estudiosos discutem sobre a fonte que Judas realmente utilizou, se tradição escrita ou oral. A citação em questão é de caráter messiânico, e possivelmente é uma citação de Deuteronômio 33:2 presente em 1Enoque 1:9.

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Os Livros de Enoque
Foram encontrados três livros que trazem o nome de Enoque como autor, sendo eles: Primeiro Livro de Enoque, Segundo Livro de Enoque e Terceiro Livro de Enoque. O conteúdo dos livros contém algumas semelhanças.

O mais famoso deles, o Primeiro Livro de Enoque, é amplamente conhecido pela sua versão Etíope. O Livro de Enoque já existia no período apostólico, e também era conhecido por alguns pais da Igreja como Clemente de Alexandria, Irineu e Tertuliano, mas seu original acabou desaparecendo, sobrando apenas fragmentos em grego e etíope. Em Qumram, em umas das grutas, foram encontradas partes de manuscritos de 1 Enoque escritos em aramaico.

Apesar dos livros sugerirem uma suposta autoria de Enoque, a data mais recuada para a autoria dos fragmentos encontrados é de 200 a.C., estendendo-se até o século 1 d.C. Grande parte dos estudiosos considera que os livros não possuem qualquer chance de terem sido escritos por Enoque, embora alguns considerem que o Primeiro Livro de Enoque, pode conter algumas citações do próprio Enoque que foram preservadas e transmitidas por tradição oral. De maneira geral, os livros de Enoque são considerados pseudoepígrafos, ou seja, são escritos judaicos que nunca se aproximaram da posição canônica e que também não encontram lugar nos chamados “Livros Apócrifos”.

Dentre os três livros, sem dúvida o mais importante é o Primeiro Livro de Enoque, cuja totalidade foi composta em diferentes ocasiões durante os dois últimos séculos depois de Cristo. Alguns estudiosos consideram que as seções mais antigas desse livro pertencem ao período dos macabeus. Esse livro tem alguma finalidade no tocante aos estudos do período intertestamentário, lançando luz ao pano de fundo desse período, e fornecendo algumas informações sobre a teologia judaica pré-cristã, embora não possa ser considerado canônico em hipótese alguma.

Sobre a citação feita por Judas nos versículos 14 e 15, e que remetem a alguns trechos do Livro de Enoque (1:9; 63:8; 93:3), os estudiosos se dividem. Alguns acreditam que Judas fez uma citação de uma tradição oral, que também estava presente no Livro de Enoque. Outros acreditam que Judas estava intencionalmente citando uma literatura pseudoepígrafe usada por falsos mestres a fim de silenciá-los com seu próprio material.
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A TRINDADE, ELA EXISTE NA BÍBLIA?

A TRINDADE, ELA EXISTE NA BÍBLIA?

Prof. Raymundo Cortizo Perez


Hoje falaremos sobre a doutrina cristã da Trindade (do latim trinitas “tríade”, de trinus “tripla”). Explicaremos um pouco mais sobre o Deus Trino.

Desde já, enfatizamos que em nenhum trecho da bíblia aparece dizendo que os três existem em um só. É preciso observar que a doutrina não é explicitamente ensinada no Novo Testamento, embora haja duas passagens certamente passíveis de uma interpretação trinitária explícita: Mateus 28:19 e 2Coríntios 13:13(14), o primeiro versículo mencionando o Batismo e o segundo mencionado na benção apostólica.

Mas utilizando a bíblia como um todo chegamos claramente a doutrina da trindade.

No Novo Testamento encontramos mais alguns versículos que nos mostram um pouco mais sobre a Trindade relacionando os Três como parte de um todo: 1Corintíos 12:4-6, 2Coríntios 1:21-22, Gálatas 4:6, Efésios 2:20-22, 2Tessalonicenses 2:13-14, Tito 3:4-6, 1Pedro1:2.

Na teologia ocidental se enfatiza a unidade de Deus, principalmente quanto à obra da revelação e da redenção, interpretando o relacionamento das três pessoas em termos de comunhão mútua, a ênfase oriental da a entender que Trindade consiste em três agentes independentes executando tarefas bastantes distintas, mas essa possibilidade foi excluída por dois desenvolvimentos posteriores, conhecidos pelos termos interpenetração mútua ( perichoresis) e apropriação.

Perichoresis – Esse termo grego, geralmente encontrado em sua forma latina (circumincessio) ou portuguesa (co-inerentes), tornou-se comum no século VI, co-inerentes, ou seja, um está em comunhão com o outro e eles se relacionam em harmonia e comunhão, estão unidos estruturalmente, inseparável, constitutivo, compartilham da mesma substância do grego homoousios, esse conceito perichoresis resguarda a individualidade das pessoas, ao mesmo tempo insisti em que cada pessoa compartilha a vida das outras duas.

Apropriação – Essa doutrina insiste em que as obras da Trindade estão unidas, cada pessoa da Trindade está envolvida em toda a toda ação exterior da divindade, por exemplo Agostinho de Hipona afirmava que as três pessoas da Trindade estavam presentes e foram ativas nesse momento decisivo da história da salvação.

Por esses duas doutrinas percebemos que o Pai, o Filho e o Espírito Santo não representam três compartimentos isolados e divergentes da divindade mas sim um único Deus que se evidenciam dentro da economia da salvação e da experiência humana de redenção e graça.

Para Irineu de Lyon (c.130-c.200), todo o processo de salvação, do início ao fim, testemunha a ação do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Para refutar a oposição dos críticos gnósticos que acreditam que o o deus criador era muito inferior ao deus redentor do Novo Testamento, como acreditava Marcião um representante desse movimento, Irineu combateu essa oposição e insistiu que todo o processo de salvação, desde seu início no momento da criação até seu último momento da História, é obra de um único e mesmo Deus.

Havia uma economia única da salvação, na qual o Deus único, criador e redentor, estava a serviço da redenção da criação, Irineu insistiu no papel distinto, porém relacionado, do Pai, do Filho e do Espírito Santo dentro da economia da salvação, ou seja, cada pessoa da Trindade é responsável por um aspecto da economia da salvação.

Autores como Basílio de Cesaréia (c.330-79) e Gregório Nazianzano (329-89) defenderam a divindade do Espírito em termos tão persuasivos que foi possível lançar os alicerces para incluir o último elemento da teologia trinitária.

Encontramos na bíblia o Pai, o Filho e o Espírito Santo em “tarefas especificas”, mas os Três atuando em comunhão e como uma unidade nessas “tarefas específicas”.

Por que digo tarefas específicas se a trindade sempre está agindo com uma unidade, porque em certos períodos na bíblia mostra qual foi à atuação da Trindade.

O Velho Testamento mostra o Pai como criador, Deus cria o homem com o livre arbítrio, ele dá ao homem a faculdade de escolha e o homem acaba caindo e perdendo a comunhão com Deus, mas nada foge ao seu controle, pois ela já tinha o plano de enviar seu Filho Jesus para resgatar a humanidade desse estado caído, tudo já estava preparado antes de criar o mundo e vemos esse relato em 1 Pedro “1:18-20 sabendo que não foi com coisas corruptíveis, como prata ou ouro, que fostes resgatados da vossa vã maneira de viver, que por tradição recebestes dos vossos pais,
mas com precioso sangue, como de um cordeiro sem defeito e sem mancha, o sangue de Cristo,
o qual, na verdade, foi conhecido ainda antes da fundação do mundo, mas manifesto no fim dos tempos por amor de vós,”.

Em João 3:16 “Porque Deus amou ao mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo o que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”o Pai entrega Jesus para fazer propiciação por nós.

No novo testamento o Filho esta agindo na redenção do mundo (o Filho se entrega, morre por todos)– Romanos 5:8-9 “Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores, 9 Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue, seremos por ele salvos da ira.”

No evangelho escrito por João, está relatado sobre o que Jesus afirmava ser, pois ele testemunhava a respeito de si mesmo como sendo um com o Pai, e que se entregaria para nossa redenção.

Em João 10:30, Jesus se utiliza do nome EU SOU em diversas frases mostrando que ele é o EU SOU, assim como Deus se apresentou no Velho Testamento Jesus se utiliza dessa autoridade dizendo que ele é o Deus EU SOU.

Jesus afirma que ele existe antes de Abraão, antes que Abraão existisse eu sou- João 8:58.

Por essas afirmações concluímos que Jesus é Deus e já existia antes de Abraão, e ele estava presente na criação por ele se a luz do mundo, a ressurreição, o verbo (a palavra) e a vida, etc…

Paulo escreve aos Filipenses mostrando que Jesus era Deus e Homem, como Deus ele se esvaziou, não usou seus poderes em benefício próprio, e assumiu a figura e as condições humanas.

Mas antes de Jesus Cristo se entregar como sacrifício, ele dizia que iria para o Pai após sua ressurreição, mas afirmava que não deixaria o Homem só, pois ele enviaria o Espírito Santo- João16:5-8 “Mas, agora, vou para junto daquele que me enviou, e nenhum de vós me pergunta: Para onde vais?,6 Pelo contrário, porque vos tenho dito estas coisas, a tristeza encheu o vosso coração,7 Mas eu vos digo a verdade: convém-vos que eu vá, porque, se eu não for, o Consolador não virá para vós outros; se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei,8 Quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, da justiça e do juízo:”

O Espírito Santo é colocado em igualdade divina com Deus e Jesus Cristo- 2 Corintios13:13- “A graça do Senhor Jesus Cristo, e o amor de Deus, e a comunhão do Espírito Santo sejam com todos vós”, Mateus 28:19- “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo”, Atos 5:3-4- “Então, disse Pedro: Ananias, por que encheu Satanás teu coração, para que mentisses ao Espírito Santo, reservando parte do valor do campo?4 Conservando-o, porventura, não seria teu? E, vendido, não estaria em teu poder? Como, pois, assentaste no coração este desígnio? Não mentiste aos homens, mas a Deus.”

Constatamos a presença poderosa e atuante do Espírito Santo, trazendo vida, revelação e capacitação sobre aqueles que tinham uma missão ou ministério segundo o propósito de Deus.

No velho testamento encontramos o Espírito Santo muitas vezes atuando na vida de homens e através deles coisas extraordinárias se realizaram, ainda que de alguma maneira diferenciada da sua atuação no novo testamento. Embora a plenitude do seu poder não tivesse sido revelada antes do ministério de Jesus e posteriormente.

Particularmente no A.T. o Espírito Santo tem uma relação muito grande com os profetas, pois os mesmos falavam sob a direção e unção do Espírito de Deus.

Muitos homens no velho testamento receberam um poder especial que lhes deu capacidades incomum no exercício dos seus ministérios essa capacitação é atribuída ao Espírito Santo, Vemos que o termo “Espírito Santo” é raramente empregado no A.T., antes a expressão usual é “O Espírito de Deus.

Existe, contudo alguns casos em que o novo testamento deixa claro que a referencia do antigo testamento ao “Espírito de Deus” é uma referencia ao “Espírito Santo”. Uma das mais proeminentes destas passagens no novo testamento é atos dos apóstolos 2:16-21, na qual Pedro explica que o que estava acontecendo no pentecoste é o cumprimento da profecia de Joel 2.28 “E acontecerá nos últimos dias diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne” com certeza os eventos do pentecoste foram a concretização da promessa de Jesus em atos 1.8, em suma o “Espírito de Deus” do A.T. é sinônimo de “Espírito Santo”.

O Espírito Santo no Novo testamento atua no Homens das seguintes maneiras:

Revela a verdade– João 14:26- Convence- nos do pecado– João 6: 8- Realiza Novo Nascimento– João 3:3-6

Nos une ao corpo de Cristo – 1Corintios 12:13 Habita em nós, faz morada, nos torna santuários de Deus, templos de Deus – 1Corintios 3:16- 1Corintios 6:19 Timóteo1:14

Nos liberta da escravidão do pecado – 2Tessalonicenses 2:13- Nos livra dos desejos da carne – Romanos 8:1-4

Produz em nós qualidades que glorifica a Cristo– Gálatas 5:22-23- Lucas 11:13– Nos capacita a proclamar a palavra de Deus– Atos 1:8- Nos usa para operar milagres: Atos 6:8- Dirige a missão da igreja: Atos 13:2-4- Escolhe seus obreiros: Atos 20:28. 
Toda

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