OS ATRIBUTOS DE DEUS

 Os Atributos de Deus

Prof. Raymundo Cortizo Perez, (Th.D.)
1. Atributos Incomunicáveis
Salientam o Ser absoluto de Deus. Considerando absoluto como aquilo que é livre de
todas as condições (ou Incondicionado ou Auto-existente), de todas as relações (o
Irrelacionado), de todas as imperfeições (o Perfeito), ou livre de todas as diferenças ou
distinções fenomenológicas, como matéria e espírito, ser e atributos, sujeito e objeto,
aparência e realidade (O real, a realidade última).
A. A existência Autônoma de Deus como o Ser auto-existente e independente que
Deus pode dar a certeza de que permanecer· eternamente o mesmo, com relação ao seu
povo.
Encontram-se indicações adicionais disso na afirmação presente em (Jo 5:26). Na
declaração de que ele é independente de todas as coisas e que todas as coisas só existem
por meio dele (Sl 94:8s.; Is 40:18 s.; At 7:25) e nas afirmações que implicam que Ele é
independente em seu pensamento (Rm 11:33,34) em sua vontade (Dn 4:35 ; Rm 9:19; Ef
1:5 ; Ap 4:11) em seu poder (Sl 115:3, e em seu conselho (Sl 33:11).
B. A Imutabilidade de Deus. Em virtude deste atributo, Ele é exaltado acima de tudo
quanto há, e é imune de todo acréscimo ou diminuição e de todo desenvolvimento ou
diminuição e de todo desenvolvimento ou decadência em seu ser e em suas perfeições. A
imutabilidade de Deus é claramente ensinada em passagens da Escritura como (Ex 3:14; Sl
102:26-28; Is 41:4; 48:12; Ml 3:6; Rm 1:23; Hb 1:11,12; Tg 1:17).
C. A infinidade de Deus.
1. Sua perfeição absoluta - O poder infinito não é um quantum absoluto, mas,
sim, um potencial inexaurível de energia, e a santidade infinita não é um
quantum ilimitado de santidade, mas, sim, uma santidade qualitativamente
livre de toda limitação ou defeito. A prova bíblica disto acha-se em (Jó 11:7-10; Sl
145:3; Mt 5:48).
2. Sua eternidade - A infinidade de Deus em relação ao tempo é denominada eternidade A
forma em que a Bíblia apresenta a eternidade de Deus está nas passagens bíblicas de (Sl
90:2; 102:12; Ef 3:21).
3. Sua imensidade - A infinidade de Deus também pode ser vista com referência ao espaço,
sendo, então, denominada imensidade. Em certo sentido, os termos imensidade e
onipresença, como são aplicados a Deus, denotam a mesma coisa e, portanto, podem ser
considerados sinônimos. A onipresença de Deus é revelada claramente na Escritura (1 Rs
8:27; Is 66:1; At 7:48,49; Sl 139:7-10; Jr 3:23,24; At 17:27,28).
D. A unidade de Deus.
1. Unitas Singularitatis - este atributo salienta a unidade e a unicidade de Deus, o
fato de que Ele é numericamente um e que, como tal, Ele é único. Provas bíblicas
comprovam com passagens de texto em (1 Rs 8:60 ; 1 Co 8:6 ;1 Tm 2:5). Outras
passagens salientam, não a unidade, mas a sua unicidade (Dt 6:4, Zc 14:9, Ex
15:11).
2. Unitas Simplicitatis - quando falamos da simplicidade de Deus, empregamos o
termo para descrever o estado ou qualidade que consiste em ser simples, a
condição de estar livre de divisão em partes e, portanto, de composição. A
perfeição agora em foco expressa a unidade interior e qualitativa do ser divino. A
escritura não a afirma explicitamente, mas ela está implícita onde a Bíblia fala de
Deus como justiça, verdade, sabedoria, luz, vida, amor, etc. E, assim, indica que
cada uma destas propriedades, devido a sua perfeição absoluta, é idêntica ao seu
ser,
2. Atributos Comunicáveis.
Através dos atributos comunicáveis Deus se relaciona com seres morais, conscientes,
inteligentes e livres, como um Ser pessoal, normal e elevado.
A. A Espiritualidade de Deus. A Bíblia não nos dá uma definição de Deus. O que mais
se aproxima disso é a palavra dita por Jesus á mulher samaritana: Deus é espírito (Jo 4:24).
Trata-se, ao menos, de uma declaração que visa dizer-nos numa única palavra o que Deus
é. A idéia de espiritualidade exclui necessariamente a atribuição de qualquer coisa
semelhante a corporalidade a Deus e, assim condena as fantasias de alguns dos antigos
gnósticos e dos místicos medievais, e de todos os sectários dos nossos dias que atribuem o
corpo a Deus. Atribuindo espiritualidade a Deus, podemos afirmar que Ele não tem
nenhuma das propriedades pertencentes á matéria, e que os sentidos corporais não O
podem discernir. Paulo fala dele como o Rei eterno, imortal, invisível (1 Tm 1:17), e como o
Rei dos reis e Senhor dos senhores; o único que possui imortalidade, que habita em luz
inacessível, a quem homem algum jamais viu, nem é capaz de ver. A Ele honra e poder
eterno. Amém. (1 Tm 6:15,16).
3. Atributos Intelectuais.
A. O Conhecimento de Deus. Pode-se definir o conhecimento de Deus como a
perfeição de Deus pela qual Ele, de maneira inteiramente única, conhece-se a Si próprio e
a todas as coisas possíveis e reais num só ato eterno e simples. A Bíblia atesta
abundantemente o conhecimento, como por exemplo, em (1 Sm 2:3 ; Jó 12:13 ; Sl 94:9 ;
147:4 ; Is 29:15 ; 40:27,28).
B. Sua Natureza. O conhecimento caracterizado por perfeição absoluta; inato e
imediato, e não resulta de observação ou de um processo de raciocínio. O conhecimento
que Deus tem de Si mesmo e de todas as coisas possíveis, um conhecimento que repousa
na consciência de Sua onipotência. Chamado necessário porque não é determinado por
uma ação da vontade divina. Também é conhecido como conhecimento de simples
inteligência, em vista do fato de que é pura e simplesmente um ato do intelecto divino,
sem nenhuma ação concomitante da vontade divina. O livre conhecimento de Deus, é
aquele que ele tem de todas as coisas reais, isto é, das coisas que existiram no passado,
que existem no presente ou que existirão no futuro. Fundamenta-se no conhecimento
infinito que Deus tem do seu propósito eterno, totalmente abrangente e imutável e é
chamado livre conhecimento porque é determinado por um ato concomitante da vontade.
C. Sua Extensão. O conhecimento de Deus não é perfeito somente em sua natureza,
mas também em sua abrangência. É chamada onisciência, porque é absolutamente
compreensivo. Diversas passagens da Escritura ensinam claramente a onisciência de Deus.
Ele é perfeito em conhecimento, (Jó 37:16), não olha para a aparência exterior, mas para o
coração (1 Sm 16:7 ; 1 Cr 28:9,17 ; Sl 139:1-4; Jr 17:10), observa os caminhos dos homens
(Dt 2:7 ; Jô 23:10; 24:23; 31:4 ; Sl 1:6; 119 :168), conhece o lugar da sua habitação (Sl
33:13) e os dias da sua vida (Sl 37:18). A escritura ensina a presciência divina de eventos
contingentes (1 Sm 23:10-13 ; 2Rs 13:19 ; Sl 81:14,15; Is 42:9; 48:18; Jr 2:2,3;38:17-20: Ez
3:6 ; Mt 11:21).
A Sabedoria de Deus. Pode-se considerar a sabedoria de Deus como um aspecto do
Seu conhecimento. O conhecimento é adquirido pelo estudo, mas a sabedoria resulta de
uma compreensão intuitiva das coisas. A Escritura refere-se à sabedoria de Deus em
muitas passagens, e até a apresenta como personificada em Provérbios 8. Vê-se esta
sabedoria particularmente na criação (Sl 19: 1-7 ; 104 : 1-34), na providência (Sl 33:10,11;
Rm 8:28) e na redenção (Rm 11:33; 1 Co 2:7 ; Ef 3:10).
D. A veracidade de Deus. Quando se diz que Deus é a verdade, esta deve ser
entendida, em seu sentido mais abrangente. Primeiramente Ele é a verdade num sentido
metafísico, isto é, nEle a idéia da Divindade se concretiza perfeitamente; Ele é tudo que
como Deus deveria ser e, como tal, distingui-se de todos os deuses, os quais são chamados
ídolos, nulidades e mentiras (Sl 96:5; 97:7; 115:4-8; Is 44: 9,10). Ele é também a verdade
num sentido Ético e, com tal, revela-se como realmente é, de modo que a sua revelação é
absolutamente confiável (Nm 23:19; Rm 3:4; Hb6:18). Finalmente, Ele é também a verdade
num sentido lógico e, em virtude disto, conhece as coisas como realmente são, e constitui
de tal modo a mente do homem que este pode conhecer, não apenas a aparência, mas
também a realidade das coisas. A Escritura é muito enfática em suas referências a Deus
como a verdade (Ex 34:6; Nm 23:19; Dt 32:4; Sl 25:10; 31:6; Is 65:16; Jr 10:8,10,11; Jo 14:6;
17:3; Tt 1:2; Hb 6:18; 1 Jo 5:20,21).
4. Atributos Morais.
A. A Bondade de Deus. (Mc10:18; Lc 18:18,19; Sl 36:9; Sl 145:9,15,16; Sl 36:6; 104:21;
Mt 5:45; 6:26; Lc 6:35; At 14:17).
B. O Amor de Deus. (Jo 3:16; Mt 5:44,45; Jó 16:27; Rm 5:8; 1 Jo 3:1).
C. A Graça de Deus. Segundo a Escritura, é manifestada não só por Deus, mas
também pelos homens, caso em que denota o favor de um homem a outro (Gn 33:8,10,18;
39:4;47:25; Rt 2:2; 1 Sm 1:18; 16:22). (Lemos em Ef1:6,7; 2:7-9; Tt 2:11; 3:4-7; Is 26:10; Jr
16:13; Rm 3:24; 2 Co 8:9; At 14:3; At 18:27; Ef 2:8; Rm3:24; 4:16; Tt 3:7; Jo 1:16; 2 Co 8:9; 2
Ts 2:16; Ef 2:8 e Tt 2:11).
D. A Misericórdia de Deus. Pode se definir a misericórdia divina como a bondade ou
amor de Deus é mostrado para com os que se acham na miséria ou na desgraça,
independentemente dos seus méritos. (Dt 5:10; Sl 57:10; 86:5; 1 Cr 16:34; 2 Cr 7:6;
Ed 3:11; 1 Tm 1:2; 2 Tm 1:1; Tt 1:4; Dt 7:9; Sl 86:5; Lc 1:50; Sl 145:9; Ez 18:23,32; 33:11; Lc
6:35,36).
E. A Santidade de Deus. Sua idéia fundamental é a de uma posição ou relação
existente entre Deus e uma pessoa ou coisa.(EX 15:11 ; 1 Sm 2:2 ; Is 57:15 ; Os 11:9 ; JÛ
34:10 ; At 3:14 ; Jo 17:11 ; 1Pe 1:16 ; Ap 4:8 ; 6:10).
F. A Justiça de Deus. A idéia fundamental de Justiça é a de estrito apego à lei.
Geralmente se faz distinção entre a justiça absoluta de Deus e a relativa. Aquela é a retidão
da natureza divina, em virtude da qual Deus é infinitamente reto em Si mesmo, enquanto
que esta é a perfeição de Deus pela qual Ele se mantém contra toda violação da Sua
Santidade e mostra, em tudo e por tudo, que Ele é o Santo. (Ed 9:15; Sl 119:137; 145:137;
145:17; Jr 12:1; Dn 9:14; Jo 17:25; 2 Tm 4:8; 1 Jo 2:29; 3:7; Ap 16:5; Dt4:8; Is 3:10,11; Rm
2:6; 1 Pe 1:17; Dt 7:9,12,13; 2 Cr 6:15; Sl 58:11; Mq 7:20; Mt 25;21,34; Rm 2:7; Hb 11:26; Lc
17:10; 1 Co 4:7; Rm 1:32; 2:9; 12:19; 2 Ts 1:8; Lc 17:10,1; 1 Co 4:7; Jó 41:11).
5. Atributos de Soberania.
A soberania de Deus recebe forte ênfase na Escritura. Ele é apresentado como o
Criador, e Sua vontade como a causa de todas as coisas. Em virtude de sua obra criadora, o
céu, a terra e tudo o que eles contêm lhe pertencem. Ele está revestido de autoridade
absoluta sobre as hostes celestiais e sobre os moradores da terra. (As provas bíblicas da
soberania de Deus são abundantes, mas nos limitaremos a referirmos a algumas das
passagens mais significativas: Cr 20:6; Ne 9:6; Sl 22:28; 47:2,3,7,8; Sl 50:10-12; 95:3-5;
115:3; 135:5,6; 145:11-13; Jr 27:5; Lc 1:53; At 17:24-26; Ap 19:6).

>>>>>No amor de Cristo, que a luz da esperança ilumine o coração de todos. Graça e Paz

Todas as reaçõe

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